quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Fotografia



Fui atordoado com esta pergunta, feita por um não Humano, em um crepúsculo triste, e chuvoso, “Quem tu és”? Sem titubear respondi, sou uma sucessão de erros... Sou isso. O desejo de acertar, que fez tanta coisa, que amou tantos, e que viveu, na verdade teimou em viver... Sempre foi uma luta de não deixar a chama apagar, embora houvesse dia em que a tentação de tirar a redoma e deixar a vento levar aquele sopro ou aquele desejo da parafina de queimar me arrancava o que eu tinha de melhor... Mais sempre houve um ímpeto que barrava esse desejo, um sonho, uma música, uma tristeza, um perfume, uma pessoa ou as folhas secas... Já fui invisível, principalmente na infância, não fui desejado pelo seio materno, muito menos pelo o progenitor, nunca tive graça para os parentes, era mais o “estorvo” que não tinha para quem olhar... Como não ter uma única fotografia de infância? Crescer foi difícil, manter-se grande, não posso dizer... “posso dizer dos amores que tive” posso? Tive? Não sei em que imagem dessas realmente estive. Não sei, não sei por que elas parecem felizes, e por que essa tristeza a me assolar, a querer que eu tire a redoma... “não posso dizer da vida que tive” Embora tudo esteja aqui latente, querendo transformar-se em palavras, mais as pessoas tornarão a rir... O mundo, o mundo é insensível, e quem realmente se importa? Eu, sim. Eu por que sinto tudo doer, por que o desejo de afastar a redoma está aqui tão próximo... Fui ali viver em uma fotografia, ou em uma reticência...  As estradas são e foram longas...

Sem mais ou com mais, João

*Foto retirada de internet

domingo, 13 de janeiro de 2013

Ele...



Ele amanheceu se perguntando, O que fazer com a tristeza dos dias de chuva? Tudo quanto colocava o olhar estava cinzento, frio e triste. Como livrar-se das angústias que tanto tempo carrega no peito, na alma e nas entranhas? Ele saiu, andou embaixo de uma garoa fina e fria, tinha consciência que a vida poderia ter sido diferente, mais agora tudo parece pesar mais, às vezes pensa em desistir, pensa quase sempre, ainda tem um grama de esperança. Anda como quem não tem um caminho ou um objetivo, vez outra esbarra em um transeunte, as ruas parece ter as formas de seu corpo, pois cabe-lhes direitinho.  Deseja rezar, rezar com fé, piedade, e até o faz, más parece que sua fé é tão fraca e curta, Ele pensa que ela não conseguirá alcançar as Divindades e abaixa a cabeça. O dia parece esfriar ainda mais, como forma de punição tira o agasalho, sente o frio penetrar seu corpo, seu intimo, alguma lágrima cai, resiste, sente indigno até de chorar. Vem na lembrança um amigo que outrora amara, ainda ama, mais o amigo não o ama mais. Consegue sentir a tristeza de Werther, lembra dele com um ar tão familiar, tão íntimo, que tudo indica que logo se deparará com aquele dia tão íngreme e desolador com o qual Werther mergulha, continua caminhando, agora gelado, molhado e com raiva de si. Um pensamento, uma frase cerca-lhes o pensamento “um dia tudo seca”.   

* perdão pelos erros, ortográficos...
**imagem livre de Internet (http://www.tumblr.com/tagged/infelizes)