segunda-feira, 25 de junho de 2012

Eu ao contrário




Eu ainda estou aqui
Pensando no que posso
No que encontrarei pela frente
Abandonando velhas roupas, velhos amores, velhos perfumes...

Eu ainda passo nessas ruas
Ainda gosto, das mesmas músicas,
Do café, das manhãs de sol, das poesias, das brisas
Do cheiro de vida que brota da terra molhada...

Preparo meu coração, para um novo outono
Para as folhas secas que cobrirão seu solo
Para sementes brotarem, na nova primavera

Eu ainda estou aqui
Com poucas saudades, e com muitos sonhos
Com a tristeza que me salta aos olhos, porém me é peculiar 

*imagem livre de internet

sábado, 9 de junho de 2012

Dia Cinza...



Ao levantar me deparo com um dia cinza e frio. Até que enfim faz um dia de inverno em Goiânia, ao me arrumar para ir à terapia, visto calça jeans branca, all star e camiseta com um azul de Nossa Senhora e Yemanjá. Deixo o frio invadir meu corpo, gosto de senti-lo, faz-me sentir vivo.

Querida Bell, tive tanto desejo em te escrever que antes de chegar ao consultório, saio em busca de um papel para lhe escrever, más, teria que ser um papel bonito, porém tenho um problema, só tenho 10,00 reais para passar o dia, almoçar pelo menos, o papel custa 9,80 desisto. Sair da loja de papéis, más não conseguir ir longe, voltei comprei o papel. Agora tenho o papel, sua presença metafísica e 0,20 centavos para passar o dia...

Sento em um café para lhe escrever, não é um café como os que visitastes em Paris, mais a mesa é bonita e se a moça me vender um café por 0,20 centavos então tudo estará perfeito... Chego ao balcão pergunto a atendente se ela me faz um café por 0,20 centavos, ela me olha não diz nada e me serve o café, detalhe em um copo descartável...

Hoje te chamarei de anjo, meu anjo, anjo de Petrópolis, anjo de Cora, anjo de Paris, Porto, Roma e é claro meu Rio de Janeiro, posso lhe confessar?  estou com saudades... Ao sair peguei um livro em minha biblioteca, “Pequeno Epifanias” C. F. Abreu. Ele recomenda em uma determinada Epifania, que fosse lida ao som de Caetano, achei um luxo, adoro essas coisas que só os escritores sabem dizer, nessa epifania percebo-me igual ao Caio, triste e andando pelas ruas de São Paulo e eu, é claro em Goiânia. De certo que uma frase diz muito do que sinto hoje, ao reler a frase as lágrimas vieram, “Ah como eu precisava tanto que alguém me salvasse do pecado de querer abrir o gás”...

Lendo sem nenhuma pretensão me deparei com essa joia, me retrata. Assim como o dia está cinza, eu também estou, nem o azul da blusa com a calça branca é capaz de me salvar...
Anjo com um beijo deixo-te, gostaria que estas palavras bobas e “sentimentaloides”, fossem lidas por você hoje, mais isso é impossível, só irá lê-las quando tiver um portador...

Obs. 1. Mande seu endereço e me escreva, nem que seja uma única linha. Aguardo com saudades.

Obs. 2. Escrever é como está vivo, corremos o risco de errar, por isso, perdoe os erros de língua portuguesa, pois fui alfabetizado no Ensino Público da década de 80, em uma aldeia...

Do sempre seu com vontade de abrir o gás... 

*imagem livre de internet