quinta-feira, 26 de abril de 2012

Da Solidão II




A noite está tranquila e calma, no campanário reina um silêncio sagrado. Abro a janela do quarto e recebo no rosto uma brisa silenciosa e fria. No som uma voz melodiosa que tanto gosto, embala meus sentimentos e lembranças.  Ouço o som do vento nas árvores do jardim, um pouco de tristeza invade a solidão do meu ser. Tenho desejado ardentemente viver essa solidão, esse exílio, que eu mesmo escolhi viver... Passei nesses dias por lugares solitários, montanhas, vales, córregos, planícies... Olhos esses lugares e sinto o desejo de colocar meus pés em seus prados e caminhar, rememorando as minhas dores, buscando essa solidão que tanto o meu ser deseja. A noite continua a fazer-me triste, ouço ao longe os pios das corujas na Praça da Igreja. como um ritual de todas as noites, vou ler um pouquinho de Fernando Pessoa, Florbela, e São João da Cruz... Com uma enorme vontade de sair e andar um pouco pela noite, sentir sua brisa leve e fria vou dormir... Gostaria de sonhar...

*Imagem livre de internet

domingo, 22 de abril de 2012

Final de outono...




Já estamos quase no final de outono, e eu quase não escrevi. Lembro-me das tardes belas e tristes já vividas em outros outonos, em outros lugares, outros ventos, outras folhas secas... Sinto falta de muitas coisas, me sinto só, como quase que a vida inteira. Tenho encontrado um pouco de paz e alegria com alguns amigos, com meus CDs e meus livros. Neste outono a vida mudou o percurso totalmente, deixei a estação e peguei outro caminho, outrora já iniciado. O caminhar hoje tem outro sabor. Embora o caminho não exista, sei onde quero chegar. Tenho sonhos, tenho companheiros na caminhada que junto comigo acreditam no valor deste sonho... Sinto-me triste, como sempre a tristeza junto com a fé é a seiva que alimenta meu ser... Hoje depois de tanto tempo sentir o vazio da morte... Como podemos assim deixar de existir, posso compreender C. Lispector quando bradava aos céus “não quero morrer, ouviu Deus”, é incabível pensar neste momento... Não faço o mesmo brado de Clarice, o meu é que não deixe a poesia que amo morrer, o mundo ficaria sem graça e sem sentido sem ela... Ao som de Norah Jones, vou tentar sonhar...

*imagem livre de internet

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Imagem de uma saudade...




Eu fiquei tanto tempo naquela estação, como a música de Caetano. Tentei dissuadir sua partida, mais foi inútil... Você partiu. Quanto tempo meu Deus, meu coração ficou naquela estação, parado esperando sua volta. Quando vi você entrar naquele trem, não sei como sobrevivi, como sobreviveria os dias que seguiriam a partir daquele momento. Confesso que meu desejo era correr atrás e te tira-lo de lá a qualquer preço, más não poderia escolher por ti...

Tantas vezes, voltei àquela estação, principalmente no outono. O outono com suas folhas secas sacudidas pelos ventos testemunharam minhas dores.  Como eu queria que você não fosse... como eu queria que você ficasse. Espero que tenha gostado das paisagens que encontrastes pelo caminho.

Hoje meu coração deixa a estação, enfim entendeu que você não voltará. Agora sei de você porque somos amigos. Que palavra triste quando se ama...

*imagem livre de internet
***Essa música merecia mais porém me encontro em um estado de alma que não consegue mais.
****Para você, como alguns textos deste blog...

domingo, 1 de abril de 2012

Através da Tela


Ao mestre Brandão

Através da Tela surgem os primeiros movimentos
É a vida que brota, leve, solta até ingênua
Pássaro livre, brisa, sombra, sol
Encanto, vida

Através da tela sua vida se desvela
Poesia viva, vivida, homem forte, menino travesso
Através da Tela te vejo, te imagino...
É imagino teus dias de sol, de chuva, teus dias nublados

Através da Tela, surge os dias de drama, os dias românticos,
Os dias de tristeza, a alegria do renascimento
Através da Tela, em dia de Lua, você empresta seu coração à Sombra
És tu que vejo? Será que não?
Não sei, não sei...

Através da Tela vejo, sinto, a beleza de Apolo e Dionísio
Isso é vida...   
Velho? Não, a poesia não tem idade