A noite está tranquila e calma,
no campanário reina um silêncio sagrado. Abro a janela do quarto e recebo no
rosto uma brisa silenciosa e fria. No som uma voz melodiosa que tanto gosto,
embala meus sentimentos e lembranças. Ouço o som do
vento nas árvores do jardim, um pouco de tristeza invade a solidão do meu ser.
Tenho desejado ardentemente viver essa solidão, esse exílio, que eu mesmo
escolhi viver... Passei nesses dias
por lugares solitários, montanhas, vales, córregos, planícies... Olhos
esses lugares e sinto o desejo de colocar meus pés em seus prados e caminhar,
rememorando as minhas dores, buscando essa solidão que tanto o meu ser deseja. A noite continua a fazer-me triste, ouço ao longe os pios das corujas na Praça da Igreja. como um ritual de todas as noites, vou ler um pouquinho de Fernando Pessoa, Florbela, e
São João da Cruz... Com uma enorme vontade de sair e andar um pouco pela noite,
sentir sua brisa leve e fria vou dormir... Gostaria de sonhar...
*Imagem livre de internet